"Subamos a Jerusalém"!
Adensa-se a tensão entre Cristo e os «fariseus» na Sua subida a Jerusalém! A Sua Palavra, os Seus gestos, o Seu projecto, está a tornar-se insuportável; aqueles ouvidos e corações entorpecidos e anestesiados pela mediocridade e a mesquinhez espiritualista não conseguem mais «aguentar» essa voz incómoda, verdadeira, reveladora do autêntico rosto do Pai!
Há que silenciá-l'O; urge terminar com Esse «agitador» de consciências e de corações que põe em risco o «sempre foi assim», a «ordem» desorganizada da religião, a perversidade dos actos, pensamentos e vida dos «donos de Deus»!
Intensifica-se a perseguição, aumenta a condenação e a calúnia, num gigantesco processo discriminatório que culminará no Madeiro da Cruz!
Este agir de uns quantos pode parecer-nos, hoje, reflexo de um passado distante que já não volta, de uma realidade ultrapassada inconcebível no «agora» do nosso peregrinar e na vivência da nossa fé! Todavia, importa estar atento e intentar perceber se a nossa vida, a nossa fé, a nossa religiosidade, a nossa espiritualidade, a nossa adesão ao Evangelho estarão absolutamente desprovidas dessas atitudes «farisaicas» que afirmamos repudiar!
A Quaresma - e já estamos a finalizar a quarta semana - é tempo favorável para repensar a nossa fidelidade e verdade à fé, a Jesus Cristo, ao Seu Evangelho; é ocasião renovada de aferir a nossa identidade cristã e ousar purificar os «sentidos» do anti-Evangelho que permanece bem dentro de nós.
Ao vislumbrarmos a Páscoa já no horizonte, importaria um profundo e sério exame de consciência, pessoal, colectivo, a fim de nos questionarmos, autenticamente, se estamos a caminhar com O «homem das dores», Aquele que «não tem aparência nem beleza que atraia o nosso olhar» ou se, ao invés, estamos a dirigirmo-nos para o abismo de uma páscoa sem Cristo, sem lava-pés, sem gratuidade, sem disponibilidade, sem partilha generosa, sem «morte» do «homem-velho» que nos habita!
«Conversão» continua a ser o desafio permanente, a atitude primeira a experienciar em cada dia que nos resta nesta Quaresma de 2011.
Para que também nós, Igreja de Cristo, não concluamos que a Palavra e o projecto de Jesus é insuportável, insustentável, utópico, irreal, e nos bastemos por um aumento de gestos religiosos, umas comunhões mais frequentes, umas caminhadas ditas sacras mas sem nada de sagrado, de divino, de santificador!
A Páscoa de Cristo - que não existe sem o Mistério da Sua Paixão e Morte - não pode ser para nós uma simples e inconsequente recordação do passado; ao contrário, ela implica esforço de actualização desse imenso mistério de entrega e de amor; ela supõe vontade e determinação de fidelidade; ela exige presença e verdade dos nossos corações e das nossas vidas ditas cristãs!
Fugir de «Jerusalém», ou seja, furtar-se à conversão do coração, à transfiguração da vida, será sempre uma traição; corroborará sempre o «beijo» de Judas...
Tudo, mas tudo, pode ser diferente! Bastará ousarmos a diferença, bastará seguirmos o Mestre, mesmo que os «ímpios» - como afirma a primeira leitura do dia de hoje - nos armem ciladas e nos presenteiem com obstáculos!
Aquilo que nos há-de importar, aquilo que havemos de valorizar, aquilo que tem de ocupar, é somente a comunhão a Cristo e à Igreja, ao Evangelho, ao Reino dos Céus...
É desse testemunho que carece o mundo; é esse exemplo de apostolado fiel e generoso que havemos de partilhar com todos quantos se cruzam connosco no nosso quotidiano.
Senhor Jesus
ResponderEliminarEu quero subir a Jerusalém,carregar a Cruz,não para me esmagar pela Cruz ,mas para abraça-la com amor e coragem.
Eu quero perder-me confiadamente em vós Senhor, com toda a minha vida. eu não sou nada sem vós em meu coração.
Jesus Cristo é tudo é amor ,é vida.
SÓ ELE IMPORTA
Porquê que nós,muitas vezes caímos nos mesmos erros que os nossos antepassados? ,nossos olhos fecham-se, nossos ouvidos ficam surdos,nossos corações ocupam-se de banalidades que nada tem a ver com Jesus Cristo.
ResponderEliminarPorque caminhamos no mesmo erro? se agora nós nos consideramos inteligentes e já temos o passado como referência.
O ser humano é muito distraído e pensa que é auto suficiente, mas somos tão fracos, e nas nossas vidas, nos encontramos a dormir ,não TE ouvimos ,não Te amamos,não Te seguimos e Tu Senhor continuas a nos amar ,a nos chamar até TI apesar de todas as nossas fragilidades.
Eu quero " subir a Jerusalém"para abraçar a Cruz com amor e coragem para a carregar.
Padre António bem haja e a continuação de uma Santa Quaresma
"Perdoa-me Senhor
ResponderEliminarpor fechar a minha mão (o meu coração) sem a estender.
Por não lembrar que devo dar sem receber.
Em vez de sim Te digo não,
Por isso peço o Teu perdão,
Senhor."
"Subamos a Jerusalém "
ResponderEliminarMesmo que os obstáculos sejam muitos ,que o mundo não nos compreenda, eu vou subir,com muito amor e confiança.
Quando o coração pulsa, não há nada que o trave
Na verdade parece que o sono da fé se contagiou a cada um de nós. Já nada nos faz mover, mudar! O mundo não consegue entender que somos cristãos tal a ausência do nosso testemunho de fé. Por mais que sejamos desafiados, nada nos consegue acordar! Que pobreza de Igreja, de fé, de paixão!
ResponderEliminarSó há uma coisa lutar ,para que a nossa vida dê testemunho do nosso amor a Cristo ,pode demorar mas a diferença é notável e acabam por ir verificar, o porquê da diferença,tudo tem de vir do coração.
ResponderEliminarSe alguém sofre com isso ,sou eu,mas daí a desistir ,nunca.
Olhos na Cruz, para que a nossa cegueira verifique ,quem mais sofreu,nós ? não mesmo.