quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

"Igreja de Cátedra/Igreja de bastão peregrino, companheira de cada homem!"

Um tempo difícil este que nos é dado viver!
Uma crise tremenda, a níveis vários, que traz consequências inimagináveis, também elas de variadas formas e manifestações! Desesperos, desalentos, cansaços, medos, derrotismos, dúvidas, "cinzentos" que vão pautando o dia-a-dia de tantos e tantas homens e mulheres desiludidos já da bela aventura da vida!!!
Segundo afirmam quase todos os analistas, comentaristas e demais opinadores, o ano de 2013 não se apresenta com sérios optimismos e credíveis melhorias na vida de enormes multidões de corações!
Que pensar? Que fazer? Como agir e reagir, diante destas realidades?!
Qual o nosso "papel" enquanto cristãos, enquanto Comunidades, enquanto Igreja?
Creio, sinceramente, que, enquanto discípulos de Jesus, enquanto Igreja de Cristo, importa sermos homens e mulheres, Família de Deus, que está bem ao lado, bem no centro, de toda esta realidade, sem evasões, sem medos nem olhares enviesados e deturpadores da história real. Sermos esta Igreja que, como afirma o Concílio, assume com todas as suas forças e capacidades essa verdade bela e ousada que nos ensina que nada do que é humano nos é distante, estranho ou ambíguo.
Nesta "hora" da História, a Igreja que somos, as Paróquias que construímos, tem de ser bem mais Mãe do que Mestra! Havemos de ser uma Igreja que se abeira de cada um dos mais pobres e desesperados deste tempo, mas que oferece bem mais do que palavras "bonitas"; antes com projectos, acções, que sustêm o homem decaído, que lhes cura as feridas com o bálsamo da esperança, da ternura, do afecto, do acolhimento.
Havemos de perceber e entender que este não é o momento da "Cátedra" mas o do "bastão de peregrino" que se faz companheiro e bom samaritano de cada homem.
Esta será sempre a melhor tarefa da evangelização, da "nova evangelização" tanto apregoada por aí... este será sempre o melhor caminho para nos tornarmos credíveis, enquanto Igreja de Cristo. Não o caminho dos discursos, dos sermões, das palavras belas mas ocas e vãs; antes o caminho da proximidade, da fraternidade, da empatia, da presença solidária, do abraço partilhado, da mão aberta, do olhar compreensivo, da ternura compartilhada...
Mais que nunca, esta é a "hora"" do amor, do Mandamento Novo; diante das encruzilhadas que se apresentam diante do homem contemporâneo, "perdido", "sozinho", "vagabundeando" pelas sendas dos desesperos, das incredulidades, do desemprego, dos despedimentos, dos inúmeros momentos de "não sentido", esta é a "hora" de sermos a Igreja ao jeito de Cristo, feito "um" com cada história, cada vida, cada coração... a fim de não nos reduzirmos a uma Igreja de palavras, mas sermos um Povo de amor, de caridade, de Evangelho vivido e partilhado...

3 comentários:

  1. No momento de uma mudança de vida, deixando o mundo do trabalho, porque a idade assim o exige e o contributo já foi justo, esta reflexão vem ajudar-me a encontrar algumas respostas.
    E agora o que fazer? E agora Senhor o que queres que faça?
    É hora de pegar no "bastão do peregrino" e há sobretudo que ser AMOR....
    Bem Haja Pde António pelas suas palavras!

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  2. Os dias são difíceis,pelo sistema,pelo egoísmo e por todo o avanço que o mundo sofreu,onde nós todos vamos por arrasto e estamos incluídos,mas seria bem melhor se cada um antes de pensar em si mesmo agarrasse no bastão peregrino e voltasse os olhos para o lado onde existe sempre alguém a precisar de nós.
    Deus não nos fez para vivermos isolados de tudo, e de todos,porque assim nunca seremos felizes.
    ELE fez-nos para sermos felizes,por isso eu penso, que vivermos o amor de Cristo entre quatro paredes de uma Igreja, com os nossos rituais,nem nós nos evangelizamos, nem evangelizamos ninguém,a fé tem que ser difundida e levada até ao fim do mundo, com a nossa vida concreta,com os nossos atos e palavras, com amor,humildade,porque de outro modo como vamos chegar a Cristo? se ELE nos disse"parti e anunciai" como posso ter Cristo em mim para dar aos outros se sair de um ritual e a minha vida disser o contrário.
    Como posso dizer eu amo a Deus se não houver coerência,porque se comungamos o Seu Corpo e Sangue,somos o Seu Sacrário,temos de pegar no bastão de Peregrino e dentro da nossa humildade com a nossa vivência,amar como jesus amou,mesmo que nos custe,que a incompreensão exista.DEUS é o princípio e o fim,é tudo,amando a Deus, amo o nosso irmão, ou vice versa se amar o meu irmão, estou a amar a Deus,num "Evangelho vivido e partilhado".

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  3. Obrigada pelas palavras de estímulo, pela "sugestão de caminho" e por sabermos que não estaremos sós. O nosso pastor estará por perto, lembrando a presença d'Aquele que nunca nos deixa sós.
    LF

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