domingo, 20 de junho de 2010

"Melodia"

Diante de nós, apenas a imensidão do mar...
As ondas, turbulentas, fustigavam-nos o rosto, mas não a alma ou o coração.
E rezámos.
Como nós próprios nos chamámos, «loucos», «enamorados» de Deus, tinhamos o Céu como distinto horizonte; o sorriso de Jesus como sonho comum nos nossos corações, a alegria de Maria como desejo das nossas almas...
Quisemos e queremos ser notas de uma única harmonia, como que silêncio que enfrenta os ruídos que o mundo nos oferece; quisemos e queremos ser melodia de uma só canção e agradecer-Lhe com a vida, com a nossa vida, a cumplicidade que nos une por termos fé.
No paredão, no meio da noite, com o Terço como companheiro de jornada, encontramo-nos e deixamo-nos guiar por essa mesma melodia que é a oração confiante, agradecida, suplicante.
No meio dos jovens, peregrinos de uma outra humanidade, de uma outra Igreja, mais fraterna, mais amiga, mais solidária, mais humana e, por isso mesmo, mais divina, «sabe-me» bem essa ousadia da fé, essa «loucura» do amor.
Cada noite ali temos chegado, vindos com a nossa própria vida. Trazemos apenas os nossos corações. Mais tristes ou mais felizes, mais rebeldes ou mais serenos, mais sonhadores ou mais sangrados... E ali, como «notas de uma única harmonia», a do amor e da fé, entregamo-nos e entregamos.
Simplesmente rezamos.
E regressamos, com essa mesma vida rezada, transfigurada, solidificada pela força da cumplicidade e pela beleza da presença de Deus no meio de nós. Uma nova jornada se ergue diante de nós; e vamos vivê-la, na certeza de que somos mais de Deus, mais do Seu Coração, mais divinos, porque mais humanos...

7 comentários:

  1. Leio... releio...
    Este texto transmite uma paz!...
    "A imensidão do mar"... a imensidão de Deus!
    Rostos fustigados pelas ondas... almas, corações fustigados por Deus!
    Rezando o Terço, consolam Jesus, fazem-n'O sorrir. Rezando o Terço, alegram Maria...
    E volto a ler; e sinto-me tão bem... mas a paz de Deus é mesmo assim!
    Unidos na oração...

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  2. Foi único, ao logo do paredão lado a lado com a Imensidão do mar, rezarmos a MARIA ,nossa mãe do Céu que tanto nos ama e protege.
    Chorei,rezei ,pensei, que a nossa Fé temos que a comunicar, exteriorizar ,ser «loucos» e «enamorados » e mostrar que amamos Deus ,que faz parte da nossa vida .
    Deus é amor, Paz e um estado de alma que nos faz desejar fazer sempre mais.
    Ler esta meditação é Paz é fechar os olhos rezar , meditar é uma «Melodia» que nos entra no coração e nos faz viver no Amor de Deus.
    Seria bom fazer tudo novamente.

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  3. Já percebi não estar a falar do mesmo,de qualquer modo, quer ao que me referi,quer ao que agora penso que seja é preciso ter o Amor de Deus sempre no coração para fazer até « loucuras » se for preciso.
    Entendi, depois de pesquisa ,que seja rezar o terço, há Virgem Maria, ao sábado no Paredão,será?
    Não tive conhecimento,mas se assim for,é de uma dádiva profunda a Jesus.
    Seria participativa com toda a alma

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  4. Quando nos envolvemos numa «Melodia» e navegamos ao sabor das ondas de coração aberto,sonhando ,admirando tudo o que Deus preparou para nós,nosso coração é arrebatado por ELE e por Suas mãos Sr.Prior.
    Pe. António um Dom muito forte O acompanha é como um íman,arrebata todos os corações até os resistentes ,estou muito feliz.
    Ontem foi inesquecível,maravilhoso,homenagear a SENHORA DA BOA NOVA com todo o amor e sentimento

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  5. Embora não estivesse presente nessa pereregrinação específica,fico feliz por poder acompanhar e participar da vossa experiência, através da palavra que aqui nos chega, também a este canto do céu... a ilha de S. Miguel
    Parabéns pela iniciativa.
    Um Abraço
    Pedro Pinto Leite

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  6. Rezar o Terço no paradão foi o escancarar de uma porta que ansiava á muito por abrir ouvir o mar ver a lua, estrelas, vento frio e o bater do coração lagrimas que teimavam sairem dos olhos pois revi-me num outro mar e Cristo no meio de nós.

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  7. O desperdício da vida está no amor que não damos.
    Na prudência egoísta de nada arriscar-mos ,para nos esquivar-mos do sofrimento e assim perdemos a felicidade, do que advém, da vida e de tudo o que DEUS construiu para nós.
    Bem Hajam todas as «loucuras» de amor, quando feitas em louvor a Jesus Cristo.

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