quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Recomeçar com o Amor..."

O trecho da Carta aos Coríntios hoje proclamada na liturgia da Palavra dá, categoricamente, o "tom" para o recomeçar de um novo ano pastoral, para o iniciar de mais uma semana de caminho, do começo dos trabalhos nas faculdades e nas escolas, do regresso ao trabalho quotidiano após o merecido tempo de férias de cada um...
O "Hino da Caridade" é, verdadeiramente, um "mapa" que indica o caminho a percorrer, que aponta os trilhos a seguir, que marca a vida a tecer em cada momento do nosso viver; com efeito, apenas a caridade, é dizer, o amor, dão plenitude e sentido a um coração e a uma vida que se afirmam ser de fé e de adesão ao Evangelho do Senhor Jesus.
Oferecer o corpo às chamas, transportar montanhas, fazer mil e uma coisas, por mais nobres que estas possam ser, mesmo a nível eclesial, religioso, social, se estas estiverem desprovidas de amor, de nada nos aproveitará!
Diante do proclamado "Ano da Fé", a iniciar já em Outubro, pelo Papa Bento XVI, creio que importaria à Igreja toda - e portanto a cada um de nós - repensar desde a primeira hora se esta mesma Fé que professamos com os lábios e com a boca estará repassada pelo Amor...
Sem o Amor, cada gesto, cada pensamento, cada atitude, cada desejo, tornar-se-ão, simplesmente, atitudes humanas, quiçá bastante nobres até, mas sem os traços do divino que as deveriam caracterizar pelo facto de sermos discípulos de Jesus.
Muitas das actividades da própria Igreja, muitos dos serviços prestados nas nossas Comunidades, tantos dos discursos, das homilias, das catequeses, dos sermões e das conferências, teriam um efeito muito mais catalisador, muito mais evangelizador, muito mais santificante, se tivessem este sentimento e atitude do Amor autêntico, servo, gratuito, verdadeiro, generoso, incondicional, desmedido...
O Amor é paciente, o Amor é gratuito, o Amor é generoso, o Amor não se ensoberbece, o Amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera... o Amor é tudo, verdadeiramente.
E creio que seria bom, fantástico até, se quiséssemos trazer o Amor para a "normalidade" da nossa vida e não o remetêssemos para um lugar recôndito e escondido do nosso ser! Como seria o mundo, como seria a Igreja, como se tornariam as nossas Comunidades cristãs se fosse o Amor a comandar e a conduzir as agendas, os planos, os desafios, pastorais que abraçamos em nome de Jesus Cristo?!
Talvez "loucas", talvez "despercebidas", talvez "incompreensíveis", mas certamente com o sabor do Reino de Deus e, necessariamente, como provocação e proposta aos homens de um novo estilo de vida humana, de uma outra forma de palmilhar os caminhos da vida...
E se experimentássemos ser uma Igreja onde o Amor não é palavra bonita, sermão eloquente, quimera longínqua, mas realidade a acontecer?
Tudo se aproveitaria cem vezes mais neste mundo e nesta  Igreja e no outro, a vida eterna...

9 comentários:

  1. Pe. António
    Tenho a certeza que será um "Recomeçar com amor",com muito amor,porque tudo o que faz vem do fundo do Seu coração, e isso faz toda a diferença conseguindo, irradiar e difundir aquele amor de Cristo, tão forte e com tanta Paz que nos chega a nós, e porquê? porque tudo vem da raiz do coração onde brotam uns ramos fortes e sadios que nos transmitem amor e nos fazem refletir e desejar tornar úteis para o que Jesus quer de nós,só assim faz sentido.
    Que nos vale fazer isto mais aquilo desprovido de amor,tudo vai cansar,morrer,e não se vai manter, porque não existe a base de sustento o Amor.
    Não concebo a minha vida de outro modo,tudo vem do fundo do meu coração,do meu interior de outro modo nunca o farei,só o coração comanda a minha vida,fácil não é,mas também não penso se sofro,só penso que Deus me está a ajudar e amanhã será um dia melhor,se não for ,é porque é o que ELE espera de mim e é isso que tenho de fazer,não penso em mim,o meu dia ,a minha vida vai-se abrindo dia após dia ,querendo sempre fazer o que Deus tem para mim,assim LHE entrego tudo em Suas Mãos.
    Bem haja pela maravilhosa Partilha reflexão.
    Beijinho amigo

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  2. Letra de uma canção "Pedro"
    Que é linda

    Pescador,fixo o meu olhar
    No horizonte deste imenso mar
    Sei que não posso mais voltar
    Sigo assim
    Certo da missão que tenho que cumprir
    Continuar,os passos do meu Senhor

    Eu vou jogar minhas redes
    Onde o Senhor me mandar
    Certo que vou enchê-las de almas
    Pro Reino de Deus
    Sim, Senhor
    Eu te amo de todo o coração
    Não vou te negar
    Vou cuidar dos seus
    Vou falar,sem medo
    A toda a alma que encontrar
    Vou remar
    Pra dentro desse mar

    Eu sou simples Pedro
    Um pescador
    Chamado por Deus
    A buscar outro mar...
    Assim é o Pe. António sem medo,apenas de Jesus com toda a Sua alma,procurando que a Sua rede fique cheia ,mas com o amor e a verdade.

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  3. É verdade eu sou alguém que não é ninguém,mas tudo para Deus,e é essa a força que faz seguir.

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  4. Esta Carta aos Corintios deveria ser sempre o meu lema de vida. Tento, tento mas, muitas vezes falho. Falho no Amor!
    Obrigada Pde António por esta reflexão que me ajuda a ter mais presente em cada dia a certeza de sem AMOR nada sou!

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  5. Dia 1 Outubro 1 ano de Pároco em Carcavelos,à um ano que nos deixou Estoril,parece uma eternidade e só foi um ano!
    Do fundo do coração desejo que essa seara seja de fácil ,e que a colheita seja frondosa com muito fruto, com muito amor,que bem merece com esse coração dedicado ao seu limite para que todos encontrem o caminho de Deus.
    "Eu venho Senhor,para fazer a Vossa Vontade" será sempre a sua atitude e as Suas palavras.
    Bem haja beijinho

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  6. Pe. António
    No fundo do blogue está uma foto linda O mar de Carcavelos,mas se pensarmos bem está unido ao Estoril! será que pode fugir de nós e esquecer-nos? nunca, e porquê até o próprio mar e a muralha «paredão» nos une, e o principal é que DEUS é o mesmo e nós todos somos Igreja,o CORPO de DEUS.
    Bem haja um Novo Ano Pastoral cheio do Divino Espírito Santo,que bem merece.

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  7. Um texto muito rico, palavras muito sábias e profundas, que nos deixam a reflectir sobre o hoje e sobre um amanhã nosso e dos outros.
    Temos que recomeçar com amor, nós pais, nós homens e mulheres, nós jovens, nós catequistas, nós padres, nós evangelizadores, nós povo que diz acreditar, mas que por vezes se esquece de acreditar ou se esquece que existe um certo Jesus de Nazaré, porque a vida é..o trabalho, a correria, e Deus só aparece por acaso...aos Domingos.
    Ano da Fé. Muitos jovens irão perguntar: o que é isso de Ano da Fé ? Não será a fé um sentimento que quando faz parte de nós, faz hoje...ontem, não tem data nem hora, muito menos ano ? Este Ano da Fé é para enraizarmos mais a nossa profundidade, aquela profundidade que nos faz viver e comungar (como ouvi hoje numa homilia).
    Nós catequistas, que...como alguém dizia hoje na missa: “Os maiores catequistas são os pais, eles são os que podem dar a melhor lição de catequese em casa às crianças.”
    E hoje, quando fui à missa, assisti à 1ª missa das crianças deste novo ano lectivo, e não foi aqui na Linha. Uma missa muito bonita, mais virada para as crianças, e para elas...sem dúvida que foi lindo ! A mim faltou-me...qualquer coisa para terminar o meu Domingo com ´fervor´. Tinha ´sede´ de ouvir uma homilia que me deixasse preenchida de coração. Acabei por parar ao final do dia na Igreja de Carcavelos e ouvir o Pe. António. Parecia que aquelas palavras se encaixavam em respostas que eu procurava, procurava para me ajudar em certos problemas pelos quais todos nós passamos. E foi muito bom...saí de lá mais ´rica´ e senti que valeu a pena aquela pausa. Fez-me bem, fez-me meditar. A minha alma e o meu coração agradeceram.
    Obrigada Pe. António. (embora estas coisas não se agradeçam)
    Uma frase que gostei muito neste pensamento:
    “...creio que importaria à Igreja toda - e portanto a cada um de nós - repensar desde a primeira hora, se esta mesma Fé que professamos com os lábios e com a boca estará repassada pelo Amor...” e eu acrescentaria: e brotará do mais profundo do nosso coração.
    É um ano em que somos postos à prova todos os dias...todos os dias em que formos à missa: Ano da Fé. Onde está a nossa fé ? Onde está a nossa vontade de continuar como verdadeiros cristãos ? A missa não pode ser, não tem de ser uma rotina, mas sim uma necessidade. Uma fé que vivemos e professamos e que está sempre a crescer. Só irá terminar, quando um dia terminarmos a nossa ´viagem´ nesta terra.

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  8. Pe. António
    Em cada dia que passa mais nos conduz à reflexão, a olhar para dentro de nós sentindo que o que nos preocupa não é nada, perante situações extremas de vida de alguém, onde com toda a humildade nos é proposto simplesmente oração por quem tanto precisa, uma oração onde todos unidos possamos chegar ao Senhor.
    Todo o meu sentir, a minha alma,se uniu para que Jesus nos sentisse com mais força e união,e irei rezar.
    Pe. António
    Bem haja por ser esse coração que vive o amor,o amor paciente, gratuito,generoso,e que com a Sua vida nos consegue ajudar de todos as formas nas palavras,no silêncio,na simplicidade,no Amor com que tudo faz que nos vai aumentando a fé,e o nosso caminho vai sendo desbravado com mais clareza e segurança e com grande fé,a fé é-nos dada gratuitamente e com humildade a temos que pedir ao Senhor que em cada dia que passe a aumente sempre mais.
    A fé é como um fogo: quanto mais se dá,mais se tem,se não se partilha ou oferece,a sua luz não se difunde e esmorece e acabamos mergulhados na «escuridão»

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  9. São enxertos de um livro que estou a ler muito bom, que nos ensina a nos conhecermos a nós próprios, e a sentir a vida na sua essência.
    "Valério Albisetti"

    "A fé é um Dom de Deus,mas é necessário facilitar-lhe o caminho, nos abrirmos para recebê-la.
    A fé,como lugar que nos faz sair do próprio Eu.
    A fé diz-nos que já não podemos sentir-nos importantes e orgulhosos pelos nossos êxitos terrenos,mas por Deus,Por isso se temos fé,não nos podemos orgulhar daquilo que fazemos,mas daquilo que é feito por nós.
    Só centrando-nos em Deus podemos estabelecer uma verdadeira harmonia connosco mesmo e com os outros.
    Até com as pessoas inimigas
    E com própria morte.
    Só assim podemos entrar em contacto com a parte mais profunda de nós,com o mistério da nossa existência.
    Coma verdadeira essência
    Com a nossa divindade."

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