segunda-feira, 4 de junho de 2012

"Tempo Comum", Tempo de Deus"

Passadas as festas pascais, vislumbramos agora o denominado Tempo Comum.
Período de caminho existencial, eclesial, onde havemos de peregrinar com a certeza de Cristo Ressuscitado como companheiro de viagem...
O nosso olhar não se foca agora em algum mistério particular da vida ou da missão de Jesus Cristo mas, desafiados sempre à aventura da fidelidade e do anúncio da Boa Nova que encontra a sua força e a sua raiz em Cristo Crucificado e Ressuscitado.
Na vida de cada dia, em gestos pequenos ou maiores, em projectos simples ou mais ousados, em desejos e pensamentos, sonhos e anseios, havemos sempre de mostrar as "razões da nossa esperança" a quantos hão-de cruzar as suas vidas com a nossa própria vida.
Tempo Comum que não significa menos audácia, menos coragem, menos entusiasmo ou menor entrega ao Evangelho do Reino!
Tempo Comum é, pois, oportunidade de partilhar agora com o nosso próximo a força extraordinária do mistério da Paixão, da Morte e da Ressurreição de Jesus de Nazaré. É desafio a oferecer os dons do Espírito Santo derramado sobre nós e que em nós quer espelhar a beleza de um Reino que não é deste mundo...
"Ide e fazei discípulos..." teima ser essa palavra que provoca e desassossega interior e exteriormente e nos transfigura a cada instante em missionários da caridade neste mundo concreto que nos é dado viver.
E neste Tempo Comum somos chamados a esse combate da fé que se traduz na luta contra a inércia e a instalação, o comodismo e a apatia diante do Homem que carece de Deus e da Sua paz, da Sua Vida...
A Igreja que somos não pode "abrandar" na sua paixão pelo Mestre e na sua missão de transmitir o Evangelho.
A Igreja que somos impele-nos a cada momento a revelar ao mundo este segredo que nos habita, nos conforta e nos seduz: Ele está connosco tal como na manhã de Páscoa.
Esta Igreja que somos "obriga-nos" à atenção permanente, ao cuidado continuado, ao serviço constante, à fidelidade assumida, à missão sempre inacabada, de sermos rosto de um Deus enamorado pela História e pelo Mundo que somos e que construímos.
Esta Igreja que somos jamais se compadece de "braços cruzados" daqueles que se dizem seus membros e nunca aceitará "desculpas vãs" de que agora chegou o tempo do repouso, do abrandar do amor, do sossegar da alma...
Esta Igreja que somos e que havemos de amar sempre mais impele-nos a prosseguir caminhos de confiança e de abandono, de disponibilidade e generosidade, do que temos e do que somos, a fim de confrontarmos a sociedade, cada homem, oferecendo e propondo sempre o encontro com Jesus Cristo que transfigura certezas, verdades, consciências e adquiridas para as envolver no mistério da vida verdadeira e da alegria completa.
As férias que se avizinham, o terminar de muitas actividades comunitárias, eclesiais, não podem ser sinónimo de menos compromisso ou de menor adesão ao Reino de Deus!
Creio mesmo que é este o "tempo favorável" para nos sabermos enviados, nos sentirmos apóstolos, nos decidirmos à sempre nobre e fecunda tarefa da evangelização.
Ir pelo mundo, pisar os caminhos da História, fazendo nossos os passos do Messias, eis a beleza da nossa condição de discípulos de Jesus.
Encontrá-l'O, abraçá-l'O, segui-l'O, oferece-l'O aos muitos que partilham a nossa vida concreta, eis a missão que não se esgota nos "tempos fortes" da liturgia da Igreja mas que, teimosamente, continua enquanto peregrinarmos pelos caminhos deste tempo e deste mundo.
"Subamos a Jerusalém" é apelo constante do Senhor Jesus. Que sabemos não se reduzir ou resumir a uns períodos determinados da vida mas a cada segundo da nossa existência.
Chamados a olhar a vida toda do Mestre, para que a assumamos e a partilhemos com os demais...
Porque apenas dessa forma somos uma Igreja "inquieta", "enviada", "missionária", que ultrapassa as "balizas" dos calendários" e das "agendas" e faz do seguimento e da fidelidade a Jesus a razão da sua existência.
O "tempo de Deus" é sempre "agora". O seu desejo e o seu sonho de conquistar corações é sempre no "agora" de cada tempo...
E hoje, quem sabe, se um qualquer coração não precisará de se encontrar com o nosso para que a sua vida se transforme definitivamente porque lhes falámos de um Deus que é tudo em nós?!

10 comentários:

  1. "Tempo de Deus"
    Tempo de consciência de que a nossa vida sem ELE é vazia,como se tivéssemos a encher um saco e ele ficasse sempre vazio e ávido de algo com substância que o mantivesse de pé,assim somos nós inebriados de tudo e sempre vazios, só o amor de Deus nos enche e preenche,mas um amor não de pensar como diz o Pe. António de ir à missa e tudo bem,o coração ,o amor de Deus que existe no nosso âmago é que tem de ditar desde que nos levantamos até ao deitar,porque ELE está em nós e com nossa vida temos que o demonstrar.
    Tempo de reflexão,interiorização e muito amor.
    Pe. António Bem-haja por este partilhar, que nos faz pedir a Deus que também possamos ser um coração que possa prender outro para Deus.
    Bom dia beijinho amigo

    ResponderEliminar
  2. "Tempo de Deus"
    Pe. António
    Noite de oração Comunitária,noite de prender os corações para Deus com todo esse amor que existe em Seu coração,não estou presente fisicamente,mas vou estar em pensamento,desejo-vos que os vossos corações ao sair se sintam saciados de todo o amor de Cristo que é inesgotável,saciados mas sempre desejosos de mais e mais.
    Bem-hajam

    ResponderEliminar
  3. Que o meu viver fale sempre de Jesus...
    Rezo...

    ResponderEliminar
  4. “O tempo de Deus é sempre ´agora´”. Que frase ! É engraçado que, ao longo de semanas e semanas, de meses, eu digo para comigo: “Este foi o pensamento mais bonito que escreveu (o Pe. António). Mas vem sempre outro que o ultrapassa, e ainda bem.
    Um dia, um amigo emprestou-me o “Tenho-vos dito” (do Pe.António). Não é um livro que se leia todo de enfiada, pois não se trata de um romance, mas é um livro que nós saboreamos e que eu tenho sempre presente e releio, pois contém frases...pensamentos que nos levam a aprofundar mais a palavra de Deus, a seguir cada vez mais os caminhos de Deus.
    Quando li este pensamento, fiquei encantada, porque...ele fêz-me crescer, e o meu ´crescer´ nunca é suficiente para alcançar os Céus, para alcançar (ou tentar alcançar) a ´beleza´ de um Cristo em quem tenho a honra de acreditar. É com Ele que eu me deito e é com Ele que me levanto. Só com Ele no meu coração eu conseguirei ser mais ´eu´, ser mais mulher, ser mais mãe, ser mais amiga, saber ouvir mais, evangelizar cada vez melhor.
    “O tempo de Deus é sempre ´agora”, e é. Não conseguimos viver o Advento, não conseguimos preparar a nossa caminhada, a nossa Quaresma, sem que no resto do ano, nos lembremos desta frase que nos diz tudo.
    O Padre António é humano. Tem os seus defeitos (como todos os mortais), mas tem um dom de palavra que nos ´consome´, que nos ajuda imenso, que nos leva a interiorizar profundamente.
    “...à missão sempre inacabada, de sermos rosto de um Deus enamorado pela História e pelo Mundo que somos e que construímos.” - como diz a dada altura neste pensamento. É mesmo assim. É esta paixão, este viver constante de ´sentirmos´ que somos de Deus, todos os dias, a cada dia.
    Deixem-me que vos diga que, quem faltou na passada 2ª feira à última Noite de Oração da temporada, não imagina o que perdeu. Não sei se foi a melhor, mas foi a que me fêz ´digerir´ melhor todas as palavras. O facto de só termos ouvido a voz do Pe. António e não o termos visto (pois estava sentado no meio dos jovens), aquela voz, infiltrou-se nos nossos corações e deu-nos uma paz enorme. Foi uma noite que nos fêz ´voar´ para casa, com o coração ´cheio´ de muitos valores.
    As palavras dos jovens quando agradeceram ao Padre António, e ao que ele tem feito sómente em 7 meses, a maneira como expressaram....foi linda e comovente. Há padres que nos marcam, há padres que marcam a história de uma paróquia, a ´história de um coração´ e fazem com que as ´flores que tinham murchado´ voltem a florir. O facto de o Pe. António ter um excelente dom de palavra, não é tudo. Há que associar esse dom de palavra à fé extraordinária que põe em tudo o que diz.
    Aos jovens, vão aqui umas palavras: cuidem bem do vosso Prior. Ele tem muitas qualidades, tem muitas virtudes, e não foi por acaso que houve uma ´luz´ em Lisboa quando ele tinha....17 ou 18 anos. Terá sido um milagre quando ele passou por João Paulo II. E quando isto acontece, nós valorizamos ainda mais a nossa fé. Ela não nos foi imposta, ela foi-nos ´oferecida´, como que...uma graça divina. Aproveitem bem tudo o que ele vos ensina. Os seus ensinamentos, os seus ´ralhetes´, as suas ´chamadas de atenção´, a força como se expressa, vão guiar-vos por um caminho fantástico, se deixarem ´aberto´ o vosso coração. Ao pé de vocês, têm um homem ´riquíssimo´, que ganhou muita sabedoria e riqueza e que tem uma fé inabalável. Se deixarem, ele vai ser o guia para todo um caminho futuro que vão ter pela frente. Adorei as vossas palavras na 2ª feira. Para um padre é emocionante ouvir isto num tão curto espaço de tempo.
    Meu Deus !!!!! Peço desculpa. Quando começa a escrever.....
    Obrigada Cristo por estes jovens e pelo padre que colocaste no seu caminho.
    “A si Senhor, toda a honra e toda a Glória, agora e para sempre. Amen”
    R.A.

    ResponderEliminar
  5. Rectificando....

    “O tempo de Deus é sempre ´agora´”. Que frase ! É engraçado que, ao longo de semanas e semanas, de meses, eu digo para comigo: “Este foi o pensamento mais bonito que escreveu (o Pe. António). Mas vem sempre outro que o ultrapassa, e ainda bem.
    Um dia, um amigo emprestou-me o “Tenho-vos dito” (do Pe.António). Não é um livro que se leia todo de enfiada, pois não se trata de um romance, mas é um livro que nós saboreamos e que eu tenho sempre presente e releio, pois contém frases...pensamentos que nos levam a aprofundar mais a palavra de Deus, a seguir cada vez mais os caminhos de Deus.
    Quando li este pensamento, fiquei encantada, porque...ele fêz-me crescer, e o meu ´crescer´ nunca é suficiente para alcançar os Céus, para alcançar (ou tentar alcançar) a ´beleza´ de um Cristo em quem tenho a honra de acreditar. É com Ele que eu me deito e é com Ele que me levanto. Só com Ele no meu coração eu conseguirei ser mais ´eu´, ser mais mulher, ser mais mãe, ser mais amiga, saber ouvir mais, evangelizar cada vez melhor.
    “O tempo de Deus é sempre ´agora”, e é. Não conseguimos viver o Advento, não conseguimos preparar a nossa caminhada, a nossa Quaresma, sem que no resto do ano, nos lembremos desta frase que nos diz tudo.
    O Padre António é humano. Tem os seus defeitos (como todos os mortais), mas tem um dom de palavra que nos ´consome´, que nos ajuda imenso, que nos leva a interiorizar profundamente.
    “...à missão sempre inacabada, de sermos rosto de um Deus enamorado pela História e pelo Mundo que somos e que construímos.” - como diz a dada altura neste pensamento. É mesmo assim. É esta paixão, este viver constante de ´sentirmos´ que somos de Deus, todos os dias, a cada dia.
    Deixem-me que vos diga que, quem faltou na passada 2ª feira à última Noite de Oração da temporada, não imagina o que perdeu. Não sei se foi a melhor, mas foi a que me fêz ´digerir´ melhor todas as palavras. O facto de só termos ouvido a voz do Pe. António e não o termos visto (pois estava sentado no meio dos jovens), aquela voz, infiltrou-se nos nossos corações e deu-nos uma paz enorme. Foi uma noite que nos fêz ´voar´ para casa, com o coração ´cheio´ de muitos valores.
    As palavras dos jovens quando agradeceram ao Padre António, e ao que ele tem feito sómente em 7 meses, a maneira como expressaram....foi linda e comovente. Há padres que nos marcam, há padres que marcam a história de uma paróquia, a ´história de um coração´ e fazem com que as ´flores que tinham murchado´ voltem a florir. O facto de o Pe. António ter um excelente dom de palavra, não é tudo. Há que associar esse dom de palavra à fé extraordinária que põe em tudo o que diz.
    Aos jovens, vão aqui umas palavras: cuidem bem do vosso Prior. Ele tem muitas qualidades, tem muitas virtudes, e não foi por acaso que houve uma ´luz´ em Lisboa quando ele tinha....17 ou 18 anos. Terá sido um milagre quando ele passou por João Paulo II. E quando isto acontece, nós valorizamos ainda mais a nossa fé. Ela não nos foi imposta, ela foi-nos ´oferecida´, como que...uma graça divina. Aproveitem bem tudo o que ele vos ensina. Os seus ensinamentos, os seus ´ralhetes´, as suas ´chamadas de atenção´, a força como se expressa, vão guiar-vos por um caminho fantástico, se deixarem ´aberto´ o vosso coração. Ao pé de vocês, têm um homem ´riquíssimo´, que ganhou muita sabedoria e riqueza e que tem uma fé inabalável. Se deixarem, ele vai ser o guia para todo um caminho futuro que vão ter pela frente. Adorei as vossas palavras na 2ª feira. Para um padre é emocionante ouvir isto num tão curto espaço de tempo.
    Meu Deus !!!!! Peço desculpa. Quando começo a escrever.....
    Obrigada Cristo por estes jovens e pelo padre que colocaste no seu caminho.
    “A ti Senhor, toda a honra e toda a Glória, agora e para sempre. Amen”
    R.A.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sinto-me muito feliz quando leio toda a descrição das Noites de Oração Comunitária,transporta-me para a vivência,onde eu sei que o Amor de Cristo,a entrega,a comunhão com todos existe,onde o Vosso Prior transfere todo o Seu amor a Cristo com todo o Seu Ser, e nos conduz até Deus,tudo isso vai prevalecer pela vida fora, é em momentos menos bons que nós vamos buscar forças nessas reservas que nos encheram o coração para os momentos mais difíceis.
      Pe. António
      Bem haja por todos esses momentos de amor que nos deu e que para mim é o alimento e me faz nos momentos da queda olhar em frente,olhar a Cruz,erguer os olhos para Deus e LHE entregar tudo o que sou,e forças para a missão que me destinar.
      Obrigado por estar aqui.

      Eliminar
  6. "...Tempo Comum não significa menos audácia, menos coragem... somos chamados a esse combate da Fé que se traduz na luta contra a inércia e a instalação, o comodismo e a apatia..."
    Palavras nas quais tenho reflectido e que me incomodam, às quais volto várias vezes. Sinto que o Senhor me segreda: "E tu já deste tudo?"....

    ResponderEliminar
  7. Catedral Metropolitana de S.Paulo,(foto)é linda,já João Paulo II nos dizia:
    "A Igreja é a carícia de Deus no mundo"
    Dia da Solenidade do Corpo e do sangue de Cristo,em honra do Corpo de Jesus na Eucaristia,honrar Cristo,pedir perdão pelo que Lhe foi feito,e pelos que não creem,não adoram.
    Que todos sintam em Seus corações a presença do Senhor na Hóstia Consagrada,que a Comunguem e a levem para os outros com a consciência que tem Jesus em si,é algo indefinível.
    Pe. António Bem-haja

    ResponderEliminar
  8. o "denominado Tempo Comum", sem grandes festas nem "mistérios", é realmente aquele que custa mais dedicar a Deus, porque nos pormenores terrivelmente iguais do dia a dia, caímos em tentação de não pensar tanto n'Ele, de não rezar tanto, de nos instalarmos na rotina...
    mas não pode e não deve ser!! temos de O levar sempre connosco, pois o "serviço é constante" e o Pe. António ajuda tanto!
    obrigada

    ResponderEliminar
  9. Estava a olhar no fundo do blogue,e a interiorizar a luz do farol,uma luz longínqua e por vezes meia escondida,como a nossa fé,e a luz de uma lanterna por exemplo,a luz da razão que nós transportamos com as nossas mãos para onde queremos,para satisfazer a nossa vontade e necessidade...ambas nos orientam e se vão complementar...mas a da fé é muito mais brilhante,contagiante,resplandecente,com um brilho que nos aquece a alma,o coração...A luz do farol nos transporta para uma orientação,como se Deus nos chamasse ao Seu caminho,a razão sem a fé leva-nos por caminhos errantes onde o amor o coração não tem lugar .

    ResponderEliminar

Web Analytics