domingo, 20 de maio de 2012

"Precisamos de corações..."


«Aquilo de que mais precisamos neste momento da história é de homens que, por meio de uma fé iluminada e vivida, tornem Deus credível neste mundo. O testemunho negativo de cristãos que falavam de Deus e viviam contra Ele ensombrou a imagem de Deus e abriu a porta à incredulidade. Precisamos de homens que mantenham o olhar voltado para Deus e aí aprendam a verdadeira humanidade. Temos necessidade de homens cujo intelecto seja iluminado pela luz de Deus e aos quais Deus abra o coração, de modo a que o seu intelecto possa falar ao intelecto dos outros e o seu coração possa abrir o coração dos outros. Só através de homens tocados por Deus, Deus pode voltar para junto dos homens.»

Aquilo que mais precisamos nesta "hora" da história da Igreja é de homens e mulheres que não se percam nem distraiam a olhar o céu em detrimento do olhar e do encontro com o Deus vivo presente na vida e no coração de cada outro.
Aquilo que mais precisamos neste tempo do nosso peregrinar é de vidas e corações enamorados verdadeiramente pelo Jesus do Evangelho, que não reduzam a sua fé e a sua paixão em devaneios espiritualistas e "divorciados" da vida concreta dos homens seus irmãos.
Na verdade, a tarefa da evangelização precisa de gente que abrace o Mandamento Novo, sem pieguices espiritualizantes nem cultos estéreis mas, ao contrário, percebe e acredite que Ele, o Senhor, permanece presente nos mais pobres e fracos, nos desesperados e oprimidos, nos sem trabalho, sem pão, sem tecto e sem dignidade.
Temos necessidade de cristãos que desejem o Céu e se entreguem, generosa e definitivamente, ao abraço e à ternura, ao perdão e à verdade das e nas suas vidas a fim de que Jesus de Nazaré seja reconhecido nos nossos actos, desejos, compromissos, dedicação...
Temos necessidade de homens e mulheres de coração e mentes abertas que não permaneçam aprisionadas a conceitos e preconceitos piedosos, moralistas, ritualistas, que não falam jamais a linguagem do amor e da liberdade tão própria da Boa Nova anunciada, proclamada e vivida por Aquele que dizemos ser o Salvador do mundo.
Apenas corações que pulsem ao jeito do coração de Deus conseguirão que o mundo, o homem contemporâneo retorne ao Coração de Deus...
Distraídos, enganados, fechados sobre nós mesmos e sobre as nossas verdades que absolutizamos e tornamos dogmáticas, apenas levaremos o mundo e cada outro a afastar-se da fé, da Igreja, do colo e da paz que Deus teima oferecer a este nosso tempo.
Teimar em olhar para o céu para desviar o olhar da terra, dos homens, é apostar num caminho sem saída, numa fé sem consequências, num idealismo estéril onde Deus é bem mais difícil de ser encontrado, amado e adorado...  

11 comentários:

  1. É o mal da humanidade é andar a olhar para o céu e não vermos que Deus está dentro de nós e de nosso irmão, e que O temos é de viver com todo o nosso amor e força que existe em nós ,mas isso só conseguimos ver quando a nosso coração se abre com verdade a Deus,de contrário andamos numa ilusão que a nossa mente inventa,com desculpas para tudo.

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  2. Sim é verdade. Precisamos de pastores que nos apontem o caminho do Céu. Precisamos de sacerdotes que nos testemunhem paixão por Cristo e pela
    Igreja. Precisamos de padres servidores dos homens que se preocupem mais em obedecer a Deus que ao mundo e aos carreirismos religiosos. Precisamos de corações enamorados pela Verdade que não tenham medo de Aer. Perseguidos e sejam valentes diante das incompreensíveis a que por isso mesmo se sujeitam. Por isso e por muito mais, obrigado. Muito obrigado.

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  3. "Precisamos de corações..."
    Nós fazemos tanta coisa no dia a dia,entendemos as mudanças do mundo e tanta coisa,mas não entendemos a mensagem de Deus,reclamamos de tudo na vida,e não entendemos em como por nossa causa Cristo está triste,todos os dias bate à nossa porta e pergunta: tem lugar para Mim na sua vida ,no seu coração,você é importante para mim,e nós continuamos a olhar o Céu quando ELE está dentro de nós ou à porta.
    É bom ter a consciência que é a nossa vida que dá testemunho de Deus,tudo desde que nos levantamos, até ao fim do dia a exteriorização de todo o nosso interior com o amor que nós pomos nos nossos atos,desde a mais pequena coisa, mas sempre com o coração.
    Corações que vivam,que saiam e em todo o lugar mostrem Jesus

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  4. É... sempre o mandamento Novo...
    Como li no YOUCAT: "vive de tal maneira que te perguntem por Cristo!"

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  5. Eu já li muitas vezes este partilhar,que nos alerta,nos desinstala,nos faz repensar o nosso modo de ver o amor,as relações humanas que muitas vezes são tão descoradas,porque em nossa mente existe a preocupação de olhar o Céu e ele ser toda a nossa preocupação,sem pensarmos que na terra já estamos na preparação da nossa ida para o céu,já comungamos do Céu na terra assim nós estejamos dispostos para isso,com todo o amor que existe em nós,amor esse, que é Jesus que nos habita,se ELE habita em nós como é que perdemos o tempo a olhar para o Céu, quando a nosso lado à alguém a pedir um simples sorriso,uma palavra de conforto e nós não enxergamos.
    Quantas vezes no nosso dia a dia defendemos,tomamos partido de tanta coisa e nos esquecemos,ou não temos suficientemente forças de defender Jesus.
    Ao longo da vida que ELE nos deu com tanto amor fazemos tanta coisa que O deixa triste,não conseguindo LHE tirar um espinho do rosto mas sim provocar mais dor,por toda a consciência de toda a nossa fragilidade Lhe agradeço todas estas palavras, neste meditar que nos leva a reconhecer a incoerência de que tantas vezes somos acometidos.Eu quero que o meu "coração pulse ao jeito de Jesus"com toda a força e consciência,e vou dar tudo de mim para que seja uma verdade.
    Pe. António,bem haja um beijinho,boa tarde.

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  6. Sim é disso mesmo que precisamos para a Igreja em geral e desta nossa Paróquia em particular. Homens e mulheres que se deixem transformar pelo amor de Deus e se demitam das ganâncias que as invadem e desses desejos tão antigo quão maléficos de querer mandar e definir os destinos da Paróquia. Essa postura já fez demasiado sofrimento em muitos padres, em demasiados cristãos que abandonaram a Igreja e duvidam hoje da hipótese de regresso.
    São precisos homens e mulheres que amem a Deus e a Igreja mais que aos seus umbigos e aos seus anseios desmesurados de poder e controle do Reino de Deus que aqui tem sido tão difícil de frutificar. Oxalá esta audácia do novo prior não lhe traga "pesadelos" e "perseguições" que o agrilhoem ao medo e à indiferença.

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    1. Li o seu comentário Júlia, e gostei muito. Só não partilho consigo esta sua frase (embora entenda a sua preocupação):
      “Oxalá esta audácia do novo prior não lhe traga "pesadelos" e "perseguições" que o agrilhoem ao medo e à indiferença.”
      O Padre António diz-nos a dada altura no seu último pensamento: “Aquilo que mais precisamos neste tempo do nosso peregrinar é de vidas e corações enamorados verdadeiramente pelo Jesus do Evangelho, que não reduzam a sua fé e a sua paixão em devaneios espiritualistas e "divorciados" da vida concreta dos homens seus irmãos.” E com isto, diz tudo. Não é fácil encontrar sacerdotes que dão tempo do seu tempo aos outros, que preferem não descansar em prol dos outros, que organizam Noites de Oração, para que nós cristãos, nos sintamos mais de Cristo e com Cristo. E mais, muito mais: ajuda quem precisa de ser ajudado. Pede que nós ajudemos os homens nossos irmãos a se sentirem mais gente. Transforma uma eucaristia normal de domingo, num autêntico louvor a Deus, num enraizar a sua fé nos nossos corações, muitos deles...perdidos. Eucaristias que não se ouvem todos os dias. Um homem que poderá ter o seu feitio, poderá ser muito “terra a terra”, mas que diz as verdades na hora, chama-nos à razão, ajuda-nos a deixarmos de lado os nossos egoísmos, as nossas invejas, as nossas falsidades, as nossas hipocrisias, porque este vocabulário não é o de um tal Jesus que nós dizemos acreditar. E se houver pessoas que sejam falsas, que sejam hipócritas, que se mordam de inveja, essas pessoas não fazem parte do amor, do verdadeiro amor que Jesus nos ensinou. Nós não precisamos de palmadinhas nas costas, precisamos de pessoas que nos ajudem a ver a verdade, a encarar a verdade. Nós somos humanos, somos pecadores, a nossa mente muitas vezes trilha por caminhos que não são os de Deus e são estes sacerdotes que, com a sua força, com a sua fé, nos ´chamam´, nos ajudam, nos fazem sentir a flutuar depois de...por exemplo, sairmos de uma missa celebrada (incluindo a homilia e principalmente esta) pelo Pe. António.
      Eu só conheci três sacerdotes que me fizeram sentir que vale a pena continuar a subir a ´escada´, acreditar cada vez mais....
      Como diz no seu texto: pesadelos e perseguições. Não pode haver pesadelos nem perseguições, quando a única coisa pela qual o Pe.António luta é pela fé, é pelo amor a Cristo, é pela partilha, pela ajuda, é para que possamos sentir a força do Espírito Santo. Só pode haver “pesadelos e perseguições” se houver pessoas falsas que não lhes interesse uma igreja com Deus, mas sim uma igreja de conveniências e de gente que nem sabe porque razão vai à missa, apenas um templo sem nada lá dentro. “Pesadelos e perseguições” em homens de Deus, nos homens de Deus que vão à igreja, não pode existir tal coisa. Eu acredito piamente que a Igreja de Carcavelos se transformou numa maioria silenciosa que também se impõe, para abafar a minoria de não acredita numa igreja de Cristo. Aos poucos esses quantos sentem que estão a mais, e vão-se afastando, vão saindo, porque...o poder divino é mais forte que o poder dos homens.
      Padre António, sinceramente e do fundo do coração: adorei este seu pensamento. Adorei. Fez-me pensar, fêz-me reflectir, fêz-me crescer. Fêz-me sentir esse amor que tem por um Cristo que só quer que possamos estender a mão a quem precisa de nós, que possamos agradecer a um Jesus que deu a vida por nós. Continue assim, com essa força, porque há uma luzinha no Céu a rezar por si, há homens na terra, há gente em Carcavelos que precisa de sentir essa sua força, para crescer na fé.
      R.A.

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    2. Bem haja por estas palavras que são a verdade.
      O Pe. António está muito acima destas pequenas coisas que não são de Deus,assim o penso.

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  7. Tenho a certeza que nada irá prender o vosso Prior à indiferença,apesar de todas as «perseguições» que possa ser alvo,porque só à um único sentido na
    Sua vida e que O prende, que O faz gastar- Se, desgastar-Se,É JESUS,é ELE que comanda a Sua vida.
    Sei que o Padre António tem todo o potencial para vos levar a todos ao caminho de Deus, que é e sempre foi a Sua luta,apesar das dificuldades.
    É o que eu penso,que eu vi,que eu senti,um coração todo de DEUS e com muita força do Espírito Santo.
    Também penso que muitas vezes na Igreja,ou noutro lado qualquer tem de haver uma entrega total,com disponibilidade,espírito de sacrifício que muita gente não está nem ai, e só se consegue dar o valor quando se está no interior,também à muitos que querem fazer,colaborar e não os deixam ,mas quando é assim,fazemos que não percebemos e continuamos a trabalhar na vinha do Senhor, porque é para Deus que o estamos a fazer e todos tem que se render ás evidências que a IGREJA é A Casa de Deus é de todos nós.
    Pe. António,força.

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  8. Não sei se consigo ser credível ou não, apenas sei que entrego toda a minha vida sem pensar em mim,tudo o que faço vem do meu interior e sofro sinto o peso da Cruz ao ter que ir em ajuda do mais fraco e não consigo evitar isso, e eu pergunto porquê? porquê que eu sou assim e não consigo viver a minha vida calminha no meu canto,não consigo perceber o que existe em mim é forte,é uma força que me transcende que não consigo parar...à dentro de mim uma ansiedade que não dá para explicar e me dá uma firmeza do caminho a percorrer,sinto-me...não consigo ser de outro modo,Jesus tomou meu coração.

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  9. Posso dizer Saudade,Saudade de todo o partilhar,de ver Jesus pelas suas Palavras...Saudade...Saudade.

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