"Santa loucura" (3)
"Depois de hesitar
Peguei no telefone e liguei
Para conversar
Estou?!
Está?!
Tu não estás bem, não enganas ninguém
Conta lá o que é que a vida te fez agora
Aparece por cá, bebemos um chá
e o frio fica lá fora...
Ah, tu tens sempre uma cura
Ah, nenhum mal perdura
Para lá do tempo, tudo leva o vento
Só fica um amigo, um sexto sentido
E um lamento...
Sabes eu não tenho andado nada bem
Sentir que alguma coisa molha os teus olhos
Molha os meus também
Eu sofro por ti, eu sofro contigo
Há quem diga que esta dor é telepatia
Mas eu juro que é amor".
Uma música que relembro e entoo esta noite...
Fizemos um balanço, uma avaliação destes dias diferentes vividos em grupo, em família, em comunidade...
E com o coração escancarado, liberto de muitos dos medos e ansiedades, entrelaçados por sentimentos de fecunda amizade e cúmplice comunhão, há sorrisos belos e rostos emocionados. Há uma gratidão generalizada, unânime, humilde, simples, serena.
Deixámos, por estes dias "o frio lá fora" e ousámos acender o "lume" próprio de quem crê na força do coração e na vontade da mudança. Pouco a pouco, fomos derrubando barreiras de "gelo" e de "neve" e construímos harmonias e fraternidades "aquecidas" pelo fogo da alma partilhada, da história tornada comum, de pessoas reconhecidas pelo nome...
E percebemos que nenhum mal perdura ou se torna definitivo; que um passado pode nunca mais ser realidade negra ou destrutiva mas, ao contrário, lição de vida que nos faz sonhar e querer um sorriso e uma vontade que saem do mais fundo de nós mesmos...
E se alguma coisa, muitas coisas, demasiadas coisas, molharam os olhos, há sempre a certeza que resta o abraço do amigo, a presença que recebe e que acolhe, o silêncio que escuta e a palavra que fala sem medos de juízos ou condenações.
Sim, "eu sofro por ti, eu sofro contigo".
E isso não é telepatia, magia pontual, boa vontade episódica... isso é amor.
Sim, "eu juro que é amor".
Que apenas te pede seja feliz para eu me sentir em paz. Que apenas te exige gostes de ti para eu mesmo ser capaz de gostar, de amar, aquilo que és: pessoa, gente, filho, irmão, companheiro de viagem, peregrino ao meu lado para um Abraço outro sonhado para ti e para mim desde toda a eternidade.
E nunca, nunca te esqueças: "sentir que alguma coisa molha os teus olhos, molha os meus também"! E saber que o amor te enche e te preenche, que o sonho te guia e te conduz, faz-me caminhar decididamente ao teu lado... para sempre.
Obrigado por me ensinares que a dor se pode transformar em amor. Por me ensinares que a solidão se transfigura em comunhão. Que as lágrimas que molharam o teu rosto foram o "caminho" para nos encontrarmos. E nos abraçarmos...
Padre António
ResponderEliminarBem haja por este maravilhoso sentir,partilhar.
"Sentir que alguma coisa molha os teus olhos,molha os meus também"
"eu sofro por ti,eu sofro contigo"
Só quando em nossas corações existe este pensamento,esta atitude,este sentir para com o irmão, nós podemos dizer"é amor",são sentimentos que em nosso coração nos fazem sentir Deus.
Bem haja por ser assim,um beijinho amigo,ame,ame,é assim que Deus quer, amar com todas as forças do coração,dói,...um sorriso apaga logo a dor e em frente com Jesus no coração.
Percebemos nestas partilhas que essa "aventura" e essa "loucura" foi uma experiência fantástica. Graças a Deus. Acredito que esses sorrisos e essas partilhas de vida deixaram o mundo mais rico. E que apenas dessa maneira se conseguirá vencer a mediocridade que ainda existe em tantos corações. Para a frente é o caminho. Acredite que a sua vida e as dos voluntários que o acompanharam esses dias nos enchem de orgulho a nós paroquianos. Obrigado pelo vosso testemunho de disponibilidade e de entrega a esses homens que são nossos irmãos.
ResponderEliminarApenas posso dizer que em cada partilhar, é uma profundidade do sentir de um coração enamorado de Jesus, é bálsamo para os nossos corações ávidos,de ter no mundo pessoas assim que se dêem aos outros por inteiro, com Sua vida.
ResponderEliminarEstá a fazer anos que me indicou o caminho de Deus, e eu não o queria seguir,queria ficar comodamente pensando que amava o suficiente e era tudo,praticava o bem sim,mas faltava tanto...por isso me emociono,umas vezes de tristeza,outras de alegria,mas não é a mente,é o coração,os sentimentos,que se aprende a amar conforme nós vamos conhecendo,e ainda falta tanto...o caminho é longo,mas quando se caminha com um amigo,nunca é tão longo...
A mão que nos é estendida,é Deus que nos está a crer no Seu amor.
Bem haja por ser o «pescador» sem rede,mas com um coração do tamanho do mundo,capaz de nos levar nesse amor até Deus.
“Obrigado por me ensinares que a dor se pode transformar em amor. Por me ensinares que a solidão se transfigura em comunhão. Que as lágrimas que molharam o teu rosto foram o "caminho" para nos encontrarmos.”
ResponderEliminarQue frase maravilhosa ! Só esta frase diz tudo. Ela, só por si, mostra-nos a humildade numa mão e a força na outra (do Padre António).
Respondendo a alguém que falou dos “velhos do restelo”. Esses são tão poucos, mas tão poucos, ao pé de uma multidão. E mais ! Uma multidão cheia de Cristo. Os tais “velhos do restelo” são abafados. Só esta peregrinação abafa tudo o que possa haver de menos bom.
Nós somos a força de Deus, o Padre António é o peregrinar, é a força e o amor de Deus e as lágrimas que ele conseguiu limpar e transformar em sorriso, são a resposta para uma vida repleta de paz e muita fé.
Nós já entrámos no ´comboio´ e vamos continuar nele, porque este ´comboio´ leva-nos a viver uma vida digna em todos os sentidos.
Obrigada Cristo pelo Prior que colocaste em Carcavelos.
Deus sorri...
ResponderEliminarQue maravilha a simplicidade,o absorver das coisas com alma pura,que muitos desconhecem,tudo tem valor uma pequena coisa,uma flor,um correr pode brotar,um sorriso sentido,corações sofridos e despojados do mal,que apesar de tudo conseguem ser mais felizes que muitos que pensam que tem o mundo nas mãos,na verdade só tem castelos em suas mentes, que se desfazem quando menos esperarem.só Deus importa,encher o nosso coração do Seu amor.
ResponderEliminarPe António
ResponderEliminarBem haja por toda essa "Santa loucura",loucura de amor, que proporcionou a quem precisava de si,de sentir que não estava só,porque são momentos que só quem os sente pode avaliar,são momentos vividos,que nas dificuldades serão recordados com uma tábua de salvação para os reerguer,dando-lhes mais confiança porque sabem,sentem que alguém os ama.
Bem haja um bom dia,um beijo amigo de saudades.