sexta-feira, 28 de outubro de 2011

"Não insubstituíveis mas fundamentais..."

"Vós sois o sal da terra; vós sois a luz do mundo" afirmou categoricamente Jesus aos Seus discípulos e, portanto, a cada um de nós. Reconheço nestas palavras do Mestre a nossa sublime vocação, o espantoso chamamento que nos é dirigido, a fim de deixarmos este mundo diferente daquilo que o encontrámos. Ser «sal» é prontificarmo-nos a viver de tal forma que possamos dar renovado «sabor» a esta sociedade, a este tempo, que se caracteriza por uma insalubridade medonha, um insosso que assusta e atemoriza até!Sobre cada um de nós «recai» essa missão e tarefa apaixonantes de sermos esse «sal» e essa «luz» que conseguem, pela graça do Espírito de Deus, transfigurar o sentido da História. Ela avançará, ou não, mediante a nossa presença e compromisso fecundos nos diversos ambientes, estruturas, que nos são dadas viver!
É verdade que não somos insubstituíveis; mas não é menos verdade que somos fundamentais e decisivos para orientar este tempo para aquilo que chamamos Reino de Deus.
Se a nossa entrega e a nossa fé tiverem os traços da verdade e da confiança, se a nossa pertença à Igreja, às Comunidades, sentirem os efeitos da nossa adesão comprometida, fecunda, generosa e abnegada, necessariamente o nosso tempo «respirará» outro «ar»; a nossa sociedade e a nossa Igreja poderão sentir o «odor» de um «perfume» outro, que não se dilui com o vento por mais forte que ele possa ser.
"Sem Mim nada podereis fazer; coMigo, fareis coisas maiores do que Eu" é promessa de Jesus Cristo. Na verdade, quando deixamos que Deus nos impregne, quando aceitamos valorizar mais a Sua palavra que a dos homens, quando acreditamos na Sua presença misteriosa mais que naquela visível e falível do e de quem vemos, a vida ganha outros contornos, a esperança é verdade a acontecer, o sonho é realidade que nos envolve  eapaixona...
Quando, ao contrário, deixamos que a apatia e a inércia, a falta de compromisso e o comodismo se apoderem dos nossos corações, transformamo-nos em «velhos do Restelo» para que nada está bem, para quem em nada já crê, para quem desconfia da beleza da vida e do mundo que nos envolve.
Ser «sal» e ser «luz» implicará desassossego, é certo; trará inquietações, atrairá sobre nós provocações que, esponjados nos nossos sofás não trariam! Mas, ao mesmo tempo, a História e a Igreja ficariam privadas dos talentos e dos dons que o Céu nos concedeu! E, por consequência, tudo será mais triste, mais pobre, mais desanimador, mais negativo!
É importante, é urgente, revalorizar a nossa missão apostólica a fim de que outros se sintam e saibam envolvidos nessa aventura inenarrável de transformar a realidade com os critérios d'Aquele Galileu que passou a marcar e a contar a História de forma distinta.
Somos únicos. Somos especiais. Somos precisos. Deus quer as nossas mãos e os nossos pés; quer a nossa boca e o nosso coração. Sem nós, Deus ficará mais pobre. E a tarefa da construção do mundo permanecerá inacabada...

7 comentários:

  1. É mesmo assim, Pe António, obrigada :)... o que eu não fizer, ficará por fazer ! É tão difícil saber o que isso é pela falta de coragem que tenho em "ir"... ir para onde? Só sei que tenho um papel que devo cumprir como membro do Corpo de Cristo: ser testemunha da Boa Nova de Jesus. Porque enquanto houver alguém que não conheça Jesus, não podemos passar à consumação da vontade de Deus que é a Salvação de todos.
    S. Paulo diz hoje "Eu não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que vos não julgueis sábios: deu-se o endurecimento de uma parte de Israel, até que a totalidade dos gentios tenha entrado." O nosso dever maior é ser alegres testemunhas do Amor de Deus e dar a vida para que todos conheçam e saibam que podem seguir Jesus, se quiserem! E parece tão longe...a única coisa certa é a misericórdia de Deus que nas nossas mãos Se entrega, sempre perdoando a nossa incapacidade.

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  2. Não sei se consigo ser «sal«ou «luz» no mundo, só sei que toda a minha vida, não a vivo para mim,mas para os outros, nunca soube viver de outro modo, todos os dias peço que Jesus Cristo ilumine o meu caminho, para que eu agrade a Deus, e nunca aos homens.
    Às vezes penso gostava de escrever de outro modo, com palavras bonitas ,mas a única coisa que sai debaixo dos meus dedos é o que me vai no coração.

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  3. "Vou passar por esta vida uma só vez;por isso qualquer coisa boa que possa fazer,qualquer acto amável que possa ter com qualquer pessoa,devo fazê-lo agora...porque não voltarei a passar por aqui.
    Madre Teresa de Calcutá
    Na verdade, o trabalho de todos é imprescindível, na comunidade onde estamos inseridos,o tempo urge e o comodismo não leva a lado nenhum,nem beneficia ninguém,só nos afasta do caminho de Deus.
    Por vezes é preciso sentir também um pouco de apoio do lado oposto,propor algo talvez...
    Pe. António Bem haja

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  4. Verdadeiramente somos todos precisos para oferecer um renovado fôlego e credibilidade à Igreja e, muito em particular, à nossa paróquia de Carcavelos. Que bom se todos nós que celebramos a Eucaristia acreditássemos que somos precisos para dar nova vida, novo rosto, como diz o nosso prior, a Carcavelos.
    Temos agora uma oportunidade única de sermos Igreja diferente. Porque duvidamos e estamos à espera?

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  5. Senão existir em mim, amor e compreensão,as minhas palavras e acções, serão como um sino, com um som vazio, que não dá para ninguém ouvir.
    A luz de Cristo está dentro de nós,só temos que a fazer vir para fora e não deixar que se apague e esmoreça em nós, só assim se vai expandir a todos que se cruzarem connosco.
    Pe. António que essa luz em Si, nunca esmoreça com as dificuldades encontradas porque o apanhar dos frutos ainda demora...
    tarda... mas vem...

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  6. "(...) Por ti eu quero ser sal da terra, Por ti eu quero ser luz do mundo.
    Percebi que sem Ti não sou eu, Descobri que conTigo posso ser eu.(...)"
    Esta música tantas vezes ouvida na acção de Graças na Boa Nova, aparece muitas vezes na minha cabeça e tanto que eu gosto disso. E tantas vezes depois de ouvir as suas(Pe António) palavras descodificando/mostrando a beleza do envagelho as lágrimas nasciam-me quando surgiam os primeiros acordes do coro com esta música, porque sentia/sinto estas palavras a transpor o meu corpo e a tocar directamente no coração. Ainda hoje ouvi noutro local, que não a Boa Nova, ou Carcavelos as palavras do envagelho... ficaram, pensei nelas... mas hoje gostaria de as ter ouvido, digeridas por si. As pessoas "não são insubstituíveis, mas fundamentais".
    Ana Duarte

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  7. Quantas vezes cantei
    "Por Ti eu quero ser sal da terra,
    por Ti eu quero ser luz do mundo
    "...
    E tantas vezes não sou...

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