domingo, 15 de maio de 2011

"Mendigo de vós"

Domingo do Bom Pastor.
Dia Mundial de Oração pelas Vocações de especial Consagração.
Dia destinado, particularmente, a um olhar agradecido, terno, espantado, diante da Graça que Deus oferece ao mundo através de homens e mulheres consagrados, sempre tão carregados de fragilidades e misérias humanas!
Mas "Deus é assim", "sabe mesmo arrebatar" apesar desta nossa pobre humanidade e fraqueza humanas! Serve-se da nossa pequenez para apresentar a Sua grandeza e
poder; precisa de nós para oferecer a Sua salvação a cada coração peregrino...
Basta-Lhe o nosso «Sim» dedicado, não raras vezes duvidoso, temerário, omni-impotente; basta-nos a Sua Graça para sermos capazes de ser transfigurados, convertidos, possuídos, pelo Espírito que a tudo e todos quer renovar...
Agradecer os pastores dados às Comunidades cristãs, aos diversificados serviços eclesiais, onde transparece, apesar de nós, a Graça de Cristo que a todos quer entregar a Sua "vida em abundância". Rezar pelos corações já consagrados, a fim de se deixarem moldar pelo Coração Sacerdotal de Jesus; rezar para que as nossas infidelidades humanas sejam convertidas em Graça divina e as nossas vontades mesquinhas e terrenas se transfigurem em «sins» dedicados e gratuitos ao Evangelho do Reino.
Cristo Bom Pastor precisa de «espelhos» fiéis e dignos do Seu amor e da Sua paz; portanto, precisa que nós, sacerdotes e religiosas, saibamos e queiramos possuir um "coração que seja árvore de vida cujas raizes são em forma de Cruz"!
Neste Domingo do Bom Pastor, com humildade e simplicidade, entrego-me à vossa oração. Sei bem o quanto dela preciso, o quanto dela tenho necessidade para poder ser uma ténue e suave imagem do Divino Pastor que vos, nos, quer salvar! Confio-me à vossa caridade e misericórdia a fim de serem capazes, na fé, de aceitarem todos e tantos que são os meus limites e precariedades! Espero da vossa paciência (ciência, arte, de ter paz) a bondade de compreenderem a minha humanidade; ouso mendigar-vos o perdão de todas as minhas faltas que, porventura, tenham sido causa de sofrimento, de escândalo, de dor, de desilusão, nos vossos corações que merecem um coração sacerdotal santo, isto é, testemunho credível do amor e da beleza que Deus é!
Sou o que sou de bom pela Graça de Deus! Mas sou o que sou de mau pela falta de oração, minha e do Povo de Deus. Merecem, exijam, peçam, sacerdotes santos, usando os vossos joelhos, as vossas preces, a vossa fé, para que edifiquemos a Igreja sonhada por Deus.
A caridade cristã autêntica exige que assim vivamos: cúmplices pela fidelidade e santidade de cada outro. Daí que cada um de vós seja responsável pela minha própria salvação. Não vos poderei nunca dar aquilo que não possuo; para ser capaz de tal graça e milagre terei de ser «objecto» da vossa oração diária, fecunda, confiante, abandonada...
A vós me entrego cada dia, mas hoje sobremaneira!
De vós quero depender como "terra sequiosa" desesperadamente buscando uma gota de água. Depender da vossa oração, presença, prece, caridade. Para que possa ser, minimamente, um «espelho ténue» do rosto e do Coração de Jesus, Porta e Bom Pastor da eternidade prometida e conquistada pelo Seu Sangue derramado.

7 comentários:

  1. Nem precisaria de nos pedir a nossa oração senhor Prior. É nossa obrigação de fé. É nossa vontade pessoal. É nosso dever enquanto Igreja que o tem como pastor dedicado exclusivamente a nós em detrimento - nós sabemos - de si mesmo. Hoje especialmente será a causa da nossa oração.

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  2. A minha oração diária. Ontem, hoje... sempre!

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  3. Padre António
    Todos os dias tem a minha humilde e sincera oração, com muita entrega e amor.
    Nós é que temos de agradecer todos os dias, por estar junto de todos nós,esquecendo-se do Seu cansaço, indo até ao limite das forças
    Bem haja um abraço amigo.

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  4. Padre António
    É com uma mistura de sentimentos que leio todo este partilhar, de um coração cheio da Graça de Deus,Seu coração ,Seus olhos, todo o Seu ser transparece, e é «espelho» do coração de Jesus, quando nos transmite a Palavra Deus com alma, coração ,que nos prende e nos faz olhar dentro de nós próprios aquilo que não está bem e devia estar.
    Sinto-me muito feliz por ser o meu (nosso) Prior ,por me ter conduzido realmente ao caminho de Deus onde o difícil se torna fácil, porque Jesus Cristo está em nosso coração,na nossa vida e em tudo o que fazemos.
    Bem haja que a Luz Divina sempre O ilumine .
    Todos os dias tem a minha oração ,um bom dia.

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  5. Rezaremos com toda a certeza. Uma oração que se torna obrigação para esta Paróquia como gratidão pelo exemplo de pastor que a tem servido. Rezaremos para que essa força e essa fé que nos contagia permaneça connosco por muito tempo.
    Conte com a sua Paróquia nesse seu «mendigar»...

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  6. Não nos peça oração senhor Prior: exija-nos oração. Não nos peça entrega e compromisso: exija essas faculdades a cada um de nós pois que em si vemos exemplo de dedicação desmedida e entrega sem limites.
    Quantas Paróquias desejariam ver, ter e sentir um Pastor como o nosso? Quantas Paróquias sonham o dia em que encontrem alguém com esta «garra» e esta «força» que não deixa ninguém indiferente? Às vezes «duro» demais para o nosso comodismo mas sempre necessário para esta hora da fé e da Igreja.
    Bem haja Pe. António pelo seu testemunho. Assim se multiplique na nossa vida de fé.

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  7. Nunca aqui deixei uma palavra ainda que todos os dias procure os textos escritos. E nunca o fiz porque me revejo em muitos dos comentários e, por essa razão, escuso-me de o fazer.
    Todavia, este texto «Mendigo de vós» obriga-me a deixar algum comodismo e dizer do meritório das palavras aí expressas. Melhor, dos sentimentos aí manifestados.
    O Pe. António já nos habituou à linguagem do coração é verdade. Porém, neste dia, seja no blog seja na Eucaristia da tarde celebrada, ele foi «coração». O dele que se une ao nosso sem reservas, sem defesas, correndos riscos imensos e perigosos, pois que podemos sempre responder com ausências, escusas, incompreensões, medos, ligeirezas, etc.
    Gratidão, honra, orgulho, são sentimentos que experiencio neste momento pela Paróquia, pela Pastor que a conduz e lhe dá vida. E alma. E «sangue». E «sangue».

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