"Tempo favorável"
“Vai caminhando desamarrado
Dos nós e laços que o mundo faz
Vai abraçando desenleado
De outros abraços que a vida dá
Vai-te encontrando na água e no lume
Na terra quente até perder
Dos nós e laços que o mundo faz
Vai abraçando desenleado
De outros abraços que a vida dá
Vai-te encontrando na água e no lume
Na terra quente até perder
O medo, o medo levanta muros
E ergue bandeiras pra nos deter
Não percas tempo,
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Como um veleiro
Solto no mais alto mar
Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti
Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar".
"E dá-te ao vento como um veleiro solto no mais alto mar..." |
Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti
Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar".
E há um grito que é preciso soltar;
uma voz que urge ser cantada;
uma atitude que importa acelerar;
uma decisão que temos de tomar...
agora é o tempo favorável, agora é a hora do recomeço, do «salto», da aventura que nos atirará para a utopia palpável e sedutora de nos sabermos e sermos profetas.
«Como veleiros, soltos no mais alto mar» dados aos ventos desta História que é a nossa, destemidos e ousados, avançemos rumo à mais bela e apaixonante das missões: oferecermos Deus a este mundo sedento de respostas, repleto de inquietações, esvaziado de sentido!
Um lume que nos devora bem por dentro, esse fogo que nos consome e contagia, tem de ser levado a tantos outros corações arrefecidos, a demasiadas vidas congeladas pelo desamor que abraçaram.
Sem amarras nem âncoras que nos prendam ou segurem, sem vergonhas ou medos que nos paralisem, avancemos decididos, em comunhão, de mãos dadas e corações irmanados, à tarefa inadiável de mostrarmos Deus ao Homem que se cruza connosco.
«O medo, o medo levanta muros e ergue bandeiras para nos deter»!
Vencê-lo com as armas da fé e da caridade, é o nosso caminho, a nossa rota, o nosso destino. Mesmo que doa, cortemos as amarras e deixemos o cais da inércia e da indiferença e erguendo o olhar e o coração, disponhamo-nos a revelar um Amor que nos apaixona, uma paz que nos serena, um fogo que não se extingue, um Espírito que nos vivifica: Deus.
Passo a passo, pegaremos fogo ao mundo.
Devagar, mas confiantes. Serenos. Ousados. Decididos. Conscientes. Demo-nos ao vento, como um veleiro no mais alto mar...
No imenso mar que é esta humanidade, esta cidade, esta comunidade, este homem nosso irmão, caminhemos desamarrados de tudo para oferecermos a liberdade que é ser preso ao Céu. À vida verdadeira. A Deus.
Porque este é o tempo favorável.
Amanhã, poderá ser tarde demais.