"Alto mar"
"Vai caminhando desamarrado
Dos nós e laços que o mundo faz
Vai abraçando desenleado
De outros abraços que a vida dá
Na terra quente até perder
O medo, o medo levanta muros
E ergue bandeiras pra nos deter
Não percas tempo,
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao ventoComo um veleiro
Solto no mais alto mar
Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti
Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar".
Ser e saber-se caminhante; ser e sentir-se peregrino, rumo a uma outra margem, outro destino, outra pátria, buscando esse «lume» que jamais alguém poderá apagar!
Caminhando, por cada lugar, cada segundo da vida, desamarrado desses «nós» e desses «laços» que nos atam e prendem aos «nadas» e às «mentiras», aos «vazios» e «ocos» das promessas que nos seduzem, vencem e convencem com demasiada facilidade.
Coragem. Ousadia. Audácia.
Para «libertar o grito que trazemos dentro». Para sentir e pressentir esse apelo do Alto a algo mais nobre e mais fundo, àquela paz, àquele sorriso, que temos medo de experimentar simplesmente porque não estão «na moda nem em voga», porque não iluminam os nossos olhos sedentos de deslumbramentos efémeros, banais, carregados de ligeireza anestesiante!
Há um «fogo», há um «lume» bem dentro de nós!
Há uma força, uma luz, uma graça, um infinito, que nos enche e preenche de verdade.
Ousar soltar as amarras da moda e do tempo, a fim de sermos nós mesmos, sermos coração, sermos paixão, sermos verdade e vida em abundância.
Não podemos, não devemos «perder tempo»! «O tempo corre»! E pode ser tarde demais. Podemos ficar «velhos» antes de tempo; podemos perder a sensibilidade e o sabor da vida verdadeira, desprezando a brisa da história, o vento suave que refresca a existência e nos envia como «um veleiro solto no mais alto mar» rumo a Ele, O Senhor, a Paz, a Alegria, a Vida.
«O medo, o medo, levanta muros e ergue bandeiras para nos deter»!
O medo do coração, o medo do amor, o medo da paixão, o medo da verdade, «mata antes de se morrer»!
Soltar as amarras, içar a âncora que nos encalha, erguer o olhar para o horizonte, e ser capaz, e desejar, e ousar, velejar no mais alto mar desta nossa vida.
Agora. Hoje. Enquanto é tempo.
Não sei sequer,o que vou escrever sobre esta meditação, tão bela tão cheia da verdade, que atormenta nossos corações, o medo.
ResponderEliminarTinha muito a dizer ,talvez num sitio onde a minha alma voasse, falasse livre,como neste barco ao sabor das ondas (foto).Como eu gosto de me sentir livre usufruir da Natureza que Deus nos deixou para cuidarmos e usarmos.
Conforme vamos soltando as amarras do que nos prende ao temporal, vamos sentindo com maior intensidade,força, determinação e o apelo do Alto torna-se cada vez mais forte.
Eu estou começando a sentir um pouco essa liberdade,de me sentir eu própria,de desejar soltar as amarras e içar a âncora,meu coração está em Deus e sei que Ele me vai mostrando o caminho a seguir.
Pe,António consegue sempre saber o que vai na nossa alma.Bem haja por estar aqui, por tudo
Largar as amarras do mundo, só querer as Amarras de Deus... Amarras que libertam,,,
ResponderEliminarPrior, enquanto é tempo e continuamente nos desperta para vivermos a vida com Alegria, Paz, sem medos nem vergonhas sempre em direcção ao Porto Seguro.nÈle.
ResponderEliminarApesar de já ser "cota" quero muito continuar a "soltar as amarras,içar a âncora ... ... e ousar, velejar no mar mais alto ..."
Peço a Deus que me dê a sabedoria de "viver a vida verdadeira", não uma vidazinha qualquer, vazia e sem sentido.
JR
"Alto mar"que sugere liberdade ,sonho,amor e o nosso pensamento fica livre de tudo ,só nós a Natureza e Deus.
ResponderEliminarPorquê, que nós construímos tantas amarras em nosso redor?amarras que nos vão tirando o sorriso,( que me era tão peculiar) a vida não tem nada a ver com aquilo que nós vamos dando prioridade,nada há como um coração livre de todos os medos ,enfrentando com verdade com muito amor,dá-nos Paz serenidade ,rumando ao caminho do Senhor,essa é sim a nossa realização e felicidade .Obrigada Padre António por me mostrar dia após dia esse caminho.
"Alto mar"liberdade e Deus,enquanto é tempo.
«Enquanto é tempo»
ResponderEliminarUma frase com muita sabedoria.
Hoje, Domingo, um Evangelho que nos transmite muito,tudo ,que nos deixa muito para pensar .
Para que serve,guardar tralha coisas vãs ,se temos que deixar a mala e só levamos a mala mais preciosa a do nosso coração onde cabe todo o Amor do mundo e não se esgota nunca.
Jesus Cristo lá no Alto espera-nos com toda a Sua infinita Misericórdia,sem nada só nós e Ele.
Navegar,sonhar livremente ao vento ,elevar nosso pensamento até Deus ,sentir SEU abraço ,Seu Amor,que muitas vezes não compreendemos,é sentir nossa alma em Paz, sem as amarras do mundo que nos fazem mal, com muita coisa que nos sufoca e nos tira a noção de todo O TEU amor Senhor Jesus.
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